quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Pierre e Chuck falam sobre a crítica e evolução musical


Em entrevista para a Chart Attack, Pierre Bouvier e Chuck Comeau falaram sobre como eles lidam com a crítica em relação ao Simple Plan, e da evolução musical que a banda passou durante o processo de gravação do disco Simple Plan. Confira:

Como um dos últimos grupos em destauqe do cenário pop-punk, o quinteto de Montreal Simple Plan tem mais a perder do que ganhar com seu terceiro disco chamado Simple Plan. Desde I'm Just A Kid, o primeiro single que atingiu o publico adolescente em 2002, o Simple Plan lançou dois discos que receberam o certificado de platina e podem ser rotulados como um dos grupos musicais mais conhecidos internacionalmente do Canadá.
Mas como muitos de seus colegas do início dos anos 2000 podem dizer, os fãs podem abandonar até mesmo uma banda renomada como o Simple Plan, caso eles não consigam acompanhar o cenário pop. Esse é um motivo de o Simple Plan ter passado um-ano-e-meio aperfeiçoando seu mais recente disco - mesmo depois de ter que continuar a escrever músicas - pois o mesmo som antigo do Simple Plan não iria funcionar.
"A gravadora nos disse para sairmos desse caminho," disse o vocalista Pierre Bouvier sobre as primeiras sessões interrompidas de composição. "Então nós escrevemos por um tempo e nós tinhamos material o suficiente para o novo álbum, mas nós olhamos para o material e admitimos para nós mesmos que não era maravilhoso. Era bom, mas nós não ficamos impressionados com isso, então nós decidimos entre entrar em estúdio ou dizer 'Dane-se' e cancelar tudo. E foi isso que acabou acontecendo."
O baterista Chuck Comeau, que fundou o grupo punk de Montreal Reset com Bouvier em 1995, adicionou, "Para a credibilidade da gravadora, eles foram muito compreensivos. Foi uma decisão pensada, mas as melhores músicas vieram no fim do processo de composição. Nos últimos quatro/cinco meses, tudo começou a dar certo."
Comparando a sua própria carreira com os seus sucessores do pop-punk Fall Out Boy e My Chemical Romance, Bouvier percebeu que esses grupos estavam um passo a frente de seus iniciantes, e foi necessário para o álbum 'Simple Plan' definir o grupo como mais criativos e capazes de evolução.
"Nós quebramos o gelo com repetições, batidas e pianos," disse Bouvier, "e se o próximo álbum tivesse somente acordes, as pessoas não ficariam impressionadas."
Crescer por necessicdade teria resultado em um desastre desesperado, uma facada, e isso fez com que a transição do grupo esteja acontecendo de forma gradual, e os hínos do Simple Plan - que já foram descritos por Bouvier como depressivo, grudento, nervoso - permaneceram intocados em sua identidade. Comeau disse que ele queria que os fãs conseguissem identificar o Simple Plan no novo som, mesmo que com um twist imprevisível.
A vontade da banda em cair em novos mares entrou em conflito com a vontade de continuar fiel aos fãs mais leais, mesmo que eles tenham uma ligação com os cinco membros. E eles também venceram na lealdade. Eles usaram da opinião de seus fãs para escolher a capa do disco entre uma arte de possível mal gosto com uma cidade em chamas, para uma foto preto e branco do grupo.
Entretanto, os fãs não foram consultados sobre a mudança do som, que não só permaneceu no pop mas também incorporou rock e batidas de hip-hop nessa nova mixagem. O primeiro convocado para essa revitalização foi o produtor Nate "Danjahandz" Hills, um protegido de Timbaland que tabalhou anteriormente com Britney Spears, T.I. e Justin Timberlake. Ele teve uma pequena experiência trabalhando com um grupo de rock e o Simple Plan não tinha passado muito tempo com produtores de hip-hop. Portanto, essa nova direção os destacou como compositores.
"Como compositores, você chega a um certo método que você cria a fórmula para si mesmo," diz Bouvier. "Então é diferente ter alguém como Danja para trabalhar em um mix, e isso nos inspirou em algumas músicas. Nós ainda escrevemos as músicas, ainda escrevemos as letras, mas elas estão vindo de um ponto de partida. Nós nos inspiramos por algo que nunca háviamos pensado."
Os fãs, que ainda tiveram as músicas escritas por Bouvier sobre questões adolescentes (não existem planos de se trabalhar com algo como o Green Day falando sobre política), irão aderir ao crescimento do grupo. Mas o fato de terem adicionado Danjahandz poderia ainda causar uma reação dos críticos que praticamente ignoravam o grupo, ainda mais em seu estado como críticos quando entravam em conflitos com bandas como Arcade Fire e Wolf Parade que também vieram de Montreal. Mas mesmo assim, o Simple Plan nunca recebeu a ajuda dos críticos de rock.
"Se isso importa? Não," disse Bouvier. "Se seria legal? Sim."
"Como um jornalista, é um grande custo gostar do Simple Plan. Nós não somos uma banda diferente e underground. Se temos qualidade? Na minha opinião, eu acho que esse álbum tem letras maravilhosas, e eu acho que para alguém ouvir isso e não gostar, é uma grande besteira."
"Para mim significa muito mais quando muitas pessoas vão aos nossos shows e cantam conosco ou dizem nos bastidores que nossas músicas os ajudaram a passar por situações ou momentos ruins em suas vidas," adiciona Comeau. "Significa muito mais do que ter alguém dizendo que temos um bom disco."
"Além disso, você pode dizer o que quiser sobre a banda e como nós parecemos nos vídeos, mas nós fazemos ótimas músicas pop."

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©2007 '' Por Elke di Barros